“Encontro” de Alice Alves e Jean Buyer na vila medieval de Monsaraz

Posted on 4/07/2011 by UNITED PHOTO PRESS

A pintora Alice Alves e o escultor Jean Buyer apresentam a exposição “Encontro” na Igreja de Santiago, na vila medieval de Monsaraz. Organizada pelo Município de Reguengos de Monsaraz e integrada no Ciclo de Exposições Monsaraz Museu Aberto, esta mostra de pintura e escultura vai ser inaugurada no sábado, dia 9 de Abril, pelas 16h, e pode ser apreciada até 8 de Maio, entre as 10h e as 12h30 e das 14h às 18h30.

Alice Alves é uma pintora autodidacta que iniciou a sua actividade artística há mais de uma década. Desde 2005 realizou exposições individuais e colectivas em França, Alemanha, Espanha e Portugal. Actualmente, deseja desenvolver a sua arte como método de terapia para crianças com dificuldades e deficiências.

Alice Alves descreve-se “apaixonada pela pintura e curiosa sobre tudo o que está ao meu redor. A natureza que temos de proteger é a minha fonte contínua de inspiração e o meu objectivo é que as pessoas que vêem as minhas obras reflictam sobre a existência e a exigência da vida, da natureza, dos seres vivos, porque parece que tudo o que nos cerca é muito frágil”. A artista vai expor 35 quadros pintados a óleo, cinco de colecções particulares e os restantes para aquisição pelo público.

Na exposição “Encontro”, Jean Buyer propõe ao observador a reflexão, o desenvolvimento do seu próprio imaginário, esculpe e afeiçoa dialogando com o objecto para criar uma imagem que não está encerrada numa só representação. O escultor vai mostrar 10 obras em Monsaraz, todas disponíveis para compra pelos visitantes.

O jornalista e historiador Eduardo Raposo diz que uma das linhas de força em que se consubstancia esta exposição é “o desejo de intervir, de denunciar, de trazer para a luz do dia a Mulher - mas não só -, sobretudo a mulher negra que é alvo de horríveis mutilações genitais, retirando-lhe ou reduzindo-lhe drasticamente a sua capacidade de prazer sexual”.

Para Eduardo Raposo, nesta colectiva “Encontro”, pode-se “saborear o mistério e a sensualidade feminina enquanto expressão de poder pela sedução subjacente – como por exemplo em «Regarder de femme» ou «Neta», mas também o mistério que nos surge nas «naturezas mortas», caso das orquídeas, plantas enigmáticas. Encontramos então neste conjunto de trabalhos expostos um jogo onde sedução, mistério e sensualidade se cruzam entre o universo feminino e o mistério das orquídeas, jogo feito de erotismo e beleza, onde a delicadeza das aves dão o contraponto ao elemento que faltava para completar o triângulo”.