A dinamização da arte

Posted on 8/30/2008 by UNITED PHOTO PRESS

Paulo Henriques. Ex-director do Museu Nacional do Azulejo e do Museu de José Malhoa, Paulo Henriques está à frente do Museu Nacional de Arte Antiga desde 2007, trazendo uma bagagem académica significativa, especialmente no que diz respeito a arte dos séculos XIX e XXNovas iniciativas pretendem atrair mais público ao MNAA Foi a convite do Ministério da Cultura, por Isabel Pires de Lima, que Paulo Henriques assumiu no ano passado o cargo de director do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), o primeiro museu português e principal museu com colecções de arte portuguesa desde o século XII até ao século XIX, uma referência na cultura portuguesa e de interesse internacional."Temos uma das mais ricas colecções de pintura, desenhos , esculturas, ourivesaria, mobiliário, cerâmica, têxteis, porcelana e arte oriental. E a função do museu é recolher, conservar e divulgar estas obras em exposições permanentes e temporárias, o que exige um esforço de estudo, restauro e apresentação", adiantou o director, que também está preocupado em perceber o grau de satisfação do visitante."Criámos as Visitas Comentadas, nas quais se destacam uma ou mais peças do acervo, estruturando um sentido e uma articulação, como por exemplo uma pintura do pintor holandês Hooch e a Sala Patino, um exemplar francês do século XVIII", explica Paulo Henriques.Outra iniciativa importante é a Visita às dez mais, com destaque para os Painéis de S. Vicente, com um programa de curso de Verão para as crianças durante a semana inteira, incluindo uma sessão final em que são apresentados publicamente os trabalhos realizados pelas crianças. "Passámos agora a realizar a Visita às 20 mais e em 2009 a Visita incluirá 30 peças de arte", adianta o director, dizendo também que o serviço educativo continua a funcionar com muita criatividade, incluindo também actividades com a participação dos pais. "Todas estas iniciativas vão desaguar na ideia de conhecer o museu e as colecções. É um momento de luxo estar no museu perante obras de grande qualidade", afirma o director, para quem os museus são instituições de conhecimento que devem robustecer a investigação e as propostas. "O conceito de museu não se altera, o que tem mudado é a criação de estratégias de captação de público, com uma modernização da abordagem e um reconfiguração dos serviços de educação", disse Paulo Henriques, para quem o maior objectivo é a qualificação cultural do público. E os exemplos desta modernização de abordagem já resultaram com exposições especiais que decorreram no MNAA este ano. "A exposição 'Olhar de Perto. Os Primitivos Flamengos do Museu de Évora' foi um bom exemplo de uma abordagem múltipla de uma obra célebre: as pinturas do antigo retábulo da capela-mor da Sé de Évora. Estas, que foram apresentadas pela primeira vez em público, após a intervenção de conservação e restauro, permitiram também um primeiro balanço crítico do projecto de investigação em curso sobre esta extraordinária obra flamenga do Museu de Évora e do património nacional", relembra o director do MNAA. Outra mostra importante foi a Museugrafias - uma pequena apresentação dos modos como se expunham as colecções no MNAA, criado pela República em 1911. Paulo Henriques traz ainda no seu currículo várias exposições e estudos sobre a arte do azulejo em Portugal. Desde o seu trabalho de comissário da exposição "O Azulejo em Portugal no Século XX", uma mostra integrada nas Comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil, no Rio de Janeiro em 2000, passando pela importante mostra "A Arte do Azulejo em Portugal do Século XVII ao Século XX", apresentada pela Presidência da República de Portugal na Universidade Pontifícia de Salamanca em 2005. Ele estudou também artistas de relevo na cultura portuguesa, incluindo o projecto Rafael Bordalo Pinheiro Ceramista, apresentado em 1996 na Pinacoteca do Estado de São Paulo. Brasil, e Canto da Maya, tema da sua tese de mestrado, exibido no Centro Cultural da Fundação Calouste Gulbenkian em Paris em 1996.