1983 - Pintor espanhol Joan Miró morre em Palma de Maiorca

Posted on 12/25/2011 by UNITED PHOTO PRESS MAGAZINE

 Joan Miró, pintor, escultor e ceramista catalão
Surrealista teceu, ao lado de cubistas e fauvistas, um contraponto à arte tradicional burguesa.

 Joan Miró, pintor, escultor e ceramista catalão, nascido em Barcelona, morre em Palma de Maiorca, Espanha, em 25 de dezembro de 1983.

 Apesar da insistência do pai em vê-lo graduado, não completou os estudos. Frequentou uma escola comercial e trabalhou num escritório por dois anos até sofrer um esgotamento nervoso. Em 1912, seus pais finalmente consentiram que ingressasse numa escola de arte em Barcelona. Estudou com Francisco Galí, que o apresentou às escolas de arte moderna de Paris, transmitiu-lhe sua paixão pelos afrescos de influência bizantina das igrejas da Catalunha e o introduziu à fantástica arquitetura de Antonio Gaudí.

Conquistando consagração internacional, seu trabalho foi classificado como surrealista por apropriar-se do pensamento subconsciente, da recriação da meninice e do orgulho catalão.

Em numerosas entrevistas a partir dos anos 1930, Miró expressou desprezo pelos métodos convencionais de pintura que, a seu ver, sustentavam a sociedade burguesa. Numa famosa declaração, manifestou-se a favor do ‘assassinato da pintura’ como meio de transtornar os elementos visuais tradicionais. Contemporâneo do fauvismo e do cubismo, Miró criou sua própria linguagem artística, procurando retratar a natureza como o faria o homem primitivo ou uma criança que tivesse, no entanto, a inteligência de um homem maduro do século 20.

Miró trazia intuitivamente a visão despojada de preconceitos que os artistas das escolas fauvista e cubista buscavam. Em sua pintura e desenhos, tentou criar meios de expressão metafórica, ou seja, descobrir signos que representassem conceitos da natureza num sentido poético e transcendental.

De 1915 a 1919, trabalhou em Montroig, próximo a Barcelona, e em Maiorca, onde pintou paisagens, retratos e nus. Depois, passou a alternar entre Montroig e Paris. De 1925 a 1928, influenciado pelo dadaísmo, pelo surrealismo e principalmente por Paul Klee, pintou cenas oníricas e paisagens imaginárias. Após uma viagem aos Países Baixos, onde estudou a pintura dos realistas do século XVII, os elementos figurativos ressurgiram em suas obras.

Na década de 1930, seus horizontes artísticos se ampliaram. Fez cenários para balés, e seus quadros passaram a ser expostos regularmente em galerias francesas e americanas. As tapeçarias que realizou em 1934 despertaram seu interesse pela arte monumental e mural. Estava em Paris quando eclodiu a guerra civil espanhola, cujos horrores influenciaram sua produção artística desse período.



Canção do rouxinol à meia-noite, de Joan Miró

No início da segunda guerra mundial voltou à Espanha e pintou a célebre "Constelações", que simboliza a evocação de todo o poder criativo dos elementos e do cosmos para enfrentar as forças anônimas da corrupção política e social causadora da miséria e da guerra.

A partir de 1948, mais uma vez dividiu seu tempo entre a Espanha e Paris. Nesse ano, iniciou uma série de trabalhos de intenso conteúdo poético, cujos temas são variações sobre a mulher, o pássaro e a estrela. Algumas obras revelam grande espontaneidade, enquanto que em outras percebe-se técnica altamente elaborada. Esse contraste também aparece em suas esculturas.

Em 1954, ganhou o prêmio de gravura da Bienal de Veneza e, quatro anos mais tarde, o mural que realizou para o edifício da UNESCO em Paris ganhou o Prêmio Internacional da Fundação Guggenheim. Em 1963, o Museu Nacional de Arte Moderna de Paris realizou uma exposição de toda a sua obra.