"Estamos todos desesperados à procura de uma ideia nova"

Posted on 9/15/2011 by UNITED PHOTO PRESS



Cruzeiro Seixas
Da mesma forma como na vida pessoal, Cruzeiro Seixas seguiu na arte o que lhe apareceu de melhor, e até hoje nada superou o Surrealismo. Aos 90 anos conclui: "Estamos todos desesperados à procura de uma ideia nova".
"Falta qualquer coisa no mundo" disse o artista plástico e poeta durante uma entrevista à agência Lusa no Estoril, onde reside há dois anos, num lar. Deixou de desenhar e pintar, mas continua a receber muitos convites para expor a vasta obra.


A próxima mostra antológica - com 49 obras de pintura, desenho e escultura - abre a 17 de setembro, em Lamego, organizada no âmbito da terceira edição do Plast&Cine, onde decorrerá uma conferência internacional dedicada ao artista considerado um dos expoentes do Surrealismo em Portugal.


No amplo quarto de Artur Cruzeiro Seixas, com uma varanda virada para o mar, estão as recordações de uma vida: as paredes cobertas com desenhos e pinturas surrealistas.


Há vários "cadavre exquis", os emblemáticos desenhos surrealistas criados em conjunto por diversos artistas. Um continuava o traço do anterior nunca sabendo o que lá estava, e o resultado era "um cadáver esquisito".


Fotografias pessoais, arte africana - viveu 14 anos em Angola e nessa altura viajou muito pelas ex-colónias - e muitas dezenas livros sobre Surrealismo, movimento artístico surgido no início do século XX e que viria a revolucionar a arte. Até hoje, nada apareceu de melhor, considera o artista.



Lusa