Visita ao Museu de Arte Antiga

Posted on 10/21/2010 by UNITED PHOTO PRESS

No centro histórico de Lisboa, O Museu de Arte Antiga guarda a maior colecção de pinturas do país e um espólio histórico valioso nas áreas da escultura, ourivesaria e mobiliário.

A beleza do museu começa ainda no exterior. A Rua das Janelas Verdes, com ligação ao Largo de Santos-o-Velho, guarda memórias de palácios, igrejas e conventos hoje convertidos em estabelecimentos e serviços variados. A vista sobre o rio e a zona portuária vale a pena.

Inaugurado em 1884, o museu instalou-se num palácio do século XVII, construído para os condes de Alvor e adquirido, em 1770, pelo Marquês de Pombal. Em 1940, foi construído um anexo que ocupou o convento carmelita de Santo Alberto, do qual apenas resistiu a capela, agora integrada no museu.

No interior, está uma impressionante colecção de pinturas de origem nacional e europeia, com destaque para as obras religiosas de artistas portugueses. Ao todo, são cerca de 2200 peças, que vão desde o século XIV aos anos vinte do século XIX. Entre as várias obras nesta área destaca-se o "São Jerónimo" de um dos mais geniais pintores do Renascimento, o alemão Albrecht Dürer. Pintado em 1521, tendo como modelo um homem de 93 anos, o quadro foi oferecido a um secretário da feitoria portuguesa em Antuérpia, que o trouxe para Portugal em 1549.

Outra das mais famosas obras renascentistas do museu é o tríptico "As Tentações de Santo Antão", de Hieronymus Bosch. Vale a pena mergulhar, durante alguns momentos, nesta obra carregada de medo e inquietação onde se representa a progressão do santo, que olha para fora do quadro, desde o mundo subterrâneo até ao céu.

Do extenso acervo do museu fazem também parte 3200 peças de ourivesaria portuguesa e francesa do século XII ao XIX. Destaque para a reluzente custódia de Belém, mandada lavrar por D.Manuel I com ouro trazido de África por Vasco da Gama e oferecida ao Mosteiro dos Jerónimos.

No que toca ao mobiliário, composto por 1700 peças, é possível encontrar raridades portuguesas, europeias e orientais. Já a colecção de cerâmica inclui 7500 peças em faiança e porcelana de várias origens e de fabrico nacional, europeu e oriental. Também são numerosos os têxteis, com 4500 peças em exibição rotativamente.

Entre as peças mais surpreendentes estão os biombos Namban, de origem japonesa, que retratam detalhadamente aspectos das longas relações entre Portugal e o Japão, com especial destaque para acção dos Jesuítas.



JN | Luis Garcia