Le Corbusier um viajante da arquitectura

Posted on 5/23/2008 by UNITED PHOTO PRESS

Sempre recusou todo o sentimentalismo individual e, no contexto do pós-guerra, o envolvimento nacionalista. A arquitectura de Le Corbusier (Charles-Edouard Jeanneret, 1887-1965) buscou uma linguagem purista e universal, usando um registo limitado de formas e rejeitando a noção de estilo que fixasse a identidade de uma época , de uma cultura ou de um dado espaço geográfico.Le Corbusier/ Arte da Arquitectura é a primeira exposição do arquitecto em Portugal e inaugura-se dia 19, às 19.30, no Museu Berardo. A mostra prolonga-se até 17 de Agosto e traz a Lisboa (antes de partir para Liverpool, capital europeia da cultura) a obra daquele que é considerado o arquitecto mais relevante do século XX.Espécie de introdução à obra, a exposição - iniciativa do Vitra Design Museum em colaboração com o Royal Institute of British Arquitects e o Netherlands Architecture Institute - divide-se em três categorias autónomas: Contextos, Privacidade e Publicidade e Arte Construída que destacam os temas-chave desta obra: fascínio pela metrópole moderna, entusiasmo pelo Mediterrâneo e pelo Oriente, inclinação para a organicidade (anos 30), e interesse pelas novas tecnologias e pelos media.Mantenha-se o espírito de viajante do arquitecto ao visitar a exposição. O comissário Stanislaus Von Moos sublinha que aquele está na base da sua obra e cultura artística. Observe-se, pois, a sua criação na perspectiva da interacção intensa entre arquitectura, urbanismo, pintura, design, cinema e escultura.As obras arquitectónicas mais importantes de Le Corbusier (Capela de Ronchamp, Villas Jeanneret-Perret e Schwob...) estão representadas por meio de maquetas originais e outras novas, efectuadas de raiz para a exposição. Destaque-se a monumental pintura mural do escritório de Le Corbusier, na Rue de Sévres em Paris (1948) e uma reprodução de grandes dimensões do Philips Pavilion (1958). Ambas são espelho da antecipação da arquitectura gerada por computador. A mostra será complementada pelo testemunho do encontro entre o fotógrafo Lucien Hervé e Le Corbusier - que trabalharam quinze anos juntos - na exposição Construção-Composição. Hervé realizou mais de 20 mil imagens para Le Corbusier, tendo feito num único dia mais de 600 fotografias da obra. Segundo Michel Richard, director da Fundação, este contribuiu muitíssimo para a divulgação da sua obra plástica e arquitectónica.De tudo um pouco poder-se- á ver nesta exposição centrada em objectos pertencentes à Fundação Le Corbusier, em Paris. Encontram-se, entre eles, 20 pinturas, oito esculturas, peças de mobiliário, 80 desenhos, primeiras edições de livros do arquitecto, bem como 70 objectos de menores dimensões da colecção privada do criador que lhe serviram de inspiração ou que utilizou como modelos ou objectos de análise.Estarão ainda expostas peças de mobiliário de Charlotte Perriand e Jean Prouvé, bem como pinturas de Delaunay, Léger (um mural da Colecção do Museu Berardo fará o contraponto com outro de Le Corbusier), Bracque e André Bauchant.