11 de Setembro: a arte que se perdeu no atentado

Posted on 9/09/2011 by UNITED PHOTO PRESS

Obras de artistas como Rodin e Miró ficaram também debaixo dos escombros das Torres Gémeas.


Um número significativo de obras de arte, desde pintura, fotografia e escultura, perdeu-se para sempre com o colapso do World Trade Center, em resultado dos atentados do 11 de Setembro, em Nova Iorque, faz domingo dez anos. A morte de quase 3 mil pessoas foi a maior tragédia desse dia, além da destruição dos dois edifícios no coração da cidade norte-americana.


No interior das instalações onde funcionavam gabinetes de grandes empresas também se perderam para sempre valiosas obras de arte, porque algumas delas possuíam importantes acervos.


Entre os tesouros artísticos que desapareceram estavam uma coleção de esculturas do conceituado artista francês Auguste Rodin (1840-1917), uma tapeçaria de grandes dimensões do espanhol Juan Miró (1893-1983) e outras obras de grandes figuras da arte americana do século XX como o escultor Alexander Calder, o pintor Roy Lichtenstein e a fotógrafa Cindy Sherman. Algumas estimativas apontam para perdas em obras de arte no valor de 100 milhões de dólares (cerca de 73 milhões de euros).


A coleção de esculturas de Rodin (considerada o maior acervo particular existente no mundo) pertencia à empresa de serviços financeiros Cantor Fitzgerald, instalada no 105.º andar de uma das torres. Perdeu uma dezena de esculturas, e outras, algumas em pedaços, foram encontradas no rescaldo da tragédia.


Outras empresas que tiveram prejuízos em obras de arte foram a Goldman Sachs e a Morgan Stanley, ambas com tradição de mecenato nos Estados Unidos, na área da Cultura.


A empresa Citygroup perdeu, ao todo, 1 113 obras de arte, de acordo com um relatório elaborado por Suzanne Lemakis, vice-presidente e curadora de arte da companhia. Na coleção estavam incluídas pinturas de artistas como Carl Schrag, Louis Bouche, John Heilker, William Thon, Robert Henri, Alex Katz, Bryan Hunt, Wolf Kahn, Jim Dine, Jacob Lawrence e Edward Curtis.


No relatório, a curadora escreveu que se havia uma lição a tirar desta tragédia em relação às obras de arte era: mantê-las bem guardadas e criar uma base de dados com os respetivos registos que seja habitualmente atualizada para criar um recurso em caso de roubo ou incêndio.


Ainda hoje não há certezas sobre a verdadeira dimensão de obras de arte e documentos históricos que desapareceram para sempre devido aos atentados. Entre os registos, contam-se cartas e 40 mil negativos de fotografias do ex-presidente americano John F. Kennedy.