81 mil pessoas para ver Shakira e Ivete Sangalo

Posted on 5/25/2010 by UNITED PHOTO PRESS


As portas abriram pouco depois das 16 horas e a receber os muitos espectadores estava a equipa do Rock in Rio. Mas o que fez correr esta multidão, que foi crescendo ao longo da tarde, foram as duas mulheres do dia: Shakira e Ivete Sangalo.

As bandeiras do Brasil e as faixas de apoio à Shakira não enganavam quem quisesse adivinhar as duas actuações mais esperadas da noite. Mas antes de os primeiros acordes se ouvirem no Palco Mundo, a animação começou no Palco Sunset com a actuação d’Os Azeitonas com AntónioZambujo.

O palco Sunset foi recebendo cada vez mais espectadores e, durante a actuação de Boss AC e Yuri da Cunha, a “plateia” foi ficando mais composta. Os dois músicos não deixaram que os ânimos acalmassem. Cabo Verde, Angola, Moçambique. Os ritmos africanos deram as mãos num concerto que acima de tudo foi uma festa da Lusofonia.

Do outro lado, já no Palco Mundo, Mariza abria o Palco Mundo. A fadista que está cada vez menos fadista tomou conta do palco e, mesmo que os grandes momentos de comunhão com o público tenham sido os “seus” clássicos (“Primavera”, Senhor Vinho” ou “Ó Gente da Minha Terra”), a versão de “Come As You Are”, dos Nirvana, não deixou de impressionar.

De volta ao Palco Sunset, chegavam os Oquestrada, mais habituados a viajar pelo país. De palco em palco levam o som de festa, de Portugal e de crítica bem humorada ao país. No palco Sunset trouxeram isso en muito mais, trouxeram os “Três "Segredos de Portugal" que quiseramm revelar: os "Fadistas de Garra" , os italianos "Anónima Nuvolari" e a orquestra "Cavalinho D'Strada".

Convidados especiais que pontuaram um concerto marcado pela variedade de estilos - do fado ao imaginário das bandas filarmónicas, passando pela musica tradicional italiana - sempre com muito boa disposição e originalidade. O concerto terminou já com o cair da noite com todos reunidos em grande festa em cima do palco, que assim encerrou portas até amanhã.

Enquanto isto, já uma multidão fiel esperava Ivete Sangalo em frente ao Palco Mundo. A brasileira, que fez o pleno de todas as edições do Rock in Rio Lisboa, foi mãe há pouco mais de 4 meses mas a energia não faltou. A forma física não é a mesma da última edição mas a boa disposição sim. “Gostosa eu não estou, mas eu estou feliz” , respondeu a brasileira a um piropo.

O concerto foi o habitual corropio dos concertos da baiana. Poucos recusam ceder ao pedido para “tirar o pé do chão” durante todo o concerto e, a julgar pela reacção, o espectáculo poderia durar mais. Pelo meio, Ivete deixou ainda o apelo para que o Rock in Rio regressa ao Brasil…

O homem que se seguiu ficou entalado entre as duas mulheres da noite mas não desapontou os fãs. Principalmente as fãs, já que as mulheres dominavam o público do concerto de John Mayer. O norte-americano é contido e a sua música não se presta a grandes exageros mas nos singles como “Waiting on the World to Change” e “Heartbreak Warfare”fizeram-se ouvir as vozes no público.

Ao mesmo tempo, a Electrónica começavam a disparar-se os primeiros décibeis. A dupla Soul Mates e Diego Miranda aqueceram os ânimos mas foi com DeadMau5 e o DJ set de Calvin Harris que o espaço dedicado à música de dança atingiu o auge.

E, depois do espectáculo de fogo de artifício junto ao Palco Mundo, veio a verdadeira festa. Shakira fez valer a sua condição de cabeça de cartaz e serviu numa bandeja os seus principais êxitos. A eficácia de “La Tortura” e “Whenever Wherever” fizeram o público saltar e dançar mas Shakira soube também acalmar nos momentos certos, com a balada “Underneath your Clothes”.

“She Wolf”, o seu mais recente sucesso, podia ter sido o tema perfeito para dar um ponto adequado a um concerto dinâmico. Mas a cantora colombiana tinha mais um êxito na manga e deixou-o para o encore: “Hips don’t lie” incendiou ainda mais o público e Shakira fez questão de agradecer ao público e garantir que esta tinha sido uma “noche inolvidable, inesquecível”. Os aplausos no final foram a resposta também agradecida do público português.