ERIC ROHMER DEIXOU-NOS AOS 89 ANOS

Posted on 1/13/2010 by UNITED PHOTO PRESS


O realizador francês Eric Rohmer , uma das grandes figuras da Nouvelle Vague, deixou-nos, com saudade, quase aos noventa anos. No Festival de Veneza, após a apresentação do seu último filme, de 2007, “Les amours d’Astrée et de Céladon”, onde se confirma o eterno amante das “jeunes filles en fleur”, Eric Rohmer anunciou a possibilidade de se reformar. Deixou-nos na passada segunda-feira, 11 de Janeiro, na sua casa em Paris.

Em Março faria 90 anos, o realizador francês de cinema que viveu e trabalhou em plena coerência para além de todas as críticas, desde os anos 50. Foi redactor chefe dos Cahiers du Cinéma de 1957 a 1963.


Com outros dois grandes nomes do cinema francês, François Truffaud e Jean-Luc Godard, foi um dos fundadores da Nouvelle Vague.

Depois do seu primeiro filme, “Le Signe du lion”, de 1959, e até 2007, realizou uma série de longas metragens que é urgente rever.

Foi com emoção e saudade que os mais altos dirigentes de França prestaram homenagem a Eric Rohmer. “Devo-lhe absolutamente tudo”, disse o actor Fabrice Luchini.

Saudando a memória de Eric Rohmer, o presidente francês , Nicolas Sarkozy, descrevia o realizador: “Clássico e romântico, sábio e iconoclasta, leve e grave, sentimental e moralista, criou o estilo ‘rohmérien’ que sobreviverá”.

Eric Rohmer, que provou ser possível fazer grandes filmes com poucos meios, ficou conhecido como o cineasta da subtileza. Nunca se pautando pelo ‘politicamente correcto’ ou pelas correntes de moda, eternizou pelos seus filmes o espírito de um homem livre e pertinente que dissecou amiúde, com mestria e subtileza, os grandes temas da liberdade e da moral.

O cinema perdeu um dos seus grandes autores. Nós não o perderemos na memória.

Vasco Ribeiro