Burle Marx: Um grande amante da arte

Posted on 1/18/2009 by UNITED PHOTO PRESS

Para o amigo inglês Laurence Fleming, autor do livro Roberto Burle Marx, um retrato, o paisagista era a cara do físico Albert Einstein. Quem vê a fotografia do homem de fartos cabelos grisalhos, de bigode e óculos não tarda a compará-lo ao escritor baiano Jorge Amado. Mesmo que as aparências enganem, o certo é que, para quem o conheceu pessoalmente, era um homem de personalidade forte, comunicativo, ao mesmo tempo alegre e sério. Considerado o “pai do paisagismo moderno”, foi ainda desenhista, pintor, tapeceiro, ceramista, escultor e pesquisador, entre outras atividades. Burle Marx nasceu em São Paulo, em 4 de agosto de 1909. Era o quarto filho da pernambucana Cecília Burle, exímia pianista, e do alemão Wilhelm Marx, dono de um curtume, homem culto, amante da música erudita e da literatura europeia. Desde cedo, o menino demonstrou afeto pelos jardins, ao acompanhar Cecília no trato diário de rosas, begônias, antúrios e outras flores dos canteiros da casa. Em 1913, a família se mudou para o Rio de Janeiro. De 1928 a 1929, ele estudou pintura na Alemanha, tendo sido frequentador assíduo do Jardim Botânico de Berlim, onde descobriu, nas estufas, a flora brasileira. Em 1949, com a compra do sítio de 365 mil metros quadrados em Barra de Guaratiba – em 1985, propriedade e acervo foram doados ao governo federal –, Burle Marx organizou uma grande coleção de plantas. Em 1955, fundou a empresa Burle Marx & Cia. Ltda., que cuida de todo o seu legado (projetos paisagísticos), e é dirigida pelo ex-sócio e amigo de quase 30 anos, o arquiteto Haruyoshi Ono. Marx morreu em 4 de junho de 1994, no Rio, vítima de câncer no estômago. Entre seus principais projetos paisagísticos estão ainda o do Parque do Ibirapuera (SP), o do Museu de Arte Moderna (RJ), o Eixo Monumental de Brasília (DF) e o projeto da Embaixada do Brasil em Washington (EUA).