Obras em vidro podem dar toque especial à decoração

Posted on 9/10/2008 by UNITED PHOTO PRESS

Que tal separar os ambientes com uma divisória feita em vidro e aço? Ou ter na parede uma pintura numa tela de vidro? Com uma técnica própria, adquirida com intuição e muito empenho, a artista plástica Marcia de Andrade desenvolve um material translúcido. Ela conta que há dez anos pesquisa as diferentes formas que o vidro pode adquirir ao ser levado a altas temperaturas. Nesses estudos, não faltaram aulas de física na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) sobre o material. A artista também explica que só depois de inúmeras experiências com diversos materiais conseguiu encontrar uma mistura, em pó, ideal para ser usada como molde para o vidro aquecido. Do que é feita a tal mistura, Marcia não revela de jeito nenhum. Em tempos de reciclagem, a artista plástica transformou o antigo vidro cristal da janela da vizinha que seria jogado no lixo em luminárias, arandelas e esculturas de paredes. Uma reciclagem em grande estilo. No processo de criação de suas obras, também não faltam marcas de cortes do vidro nas mãos e braços da artista, o que para ela não é um problema.

- O vidro virou uma obsessão para mim. É um material tão nobre e interessante, que se tornou meu segundo amor depois da minha filha. Fisicamente o vidro é um líqüido supercongelado. Ao ser levado ao forno aquecido a 950 graus, ele volta à sua forma líqüida. Uso muito a meditação durante todo o processo criativo das minhas peças para que eu interfira da melhor forma possível no material - expõe Marcia.

Outro trabalho feito em vidro bem interessante é a pintura da artista Cláudia Melli, que passou a incluir o vidro em sua rotina no final do ano passado, quando ela se dedicou a encontrar um material que pudesse dar o efeito de molhado que ela desejava, já que o tema de seu trabalho, naquele momento, era o mar, chamado de Série Azul. Antes do vidro, ela conta que vinha desenhando diferentes paisagens do mar em papel, mas não havia ficado satisfeita com o resultado.

- O mais bacana do vidro é que ele ele proporciona uma semelhança com a fotografia. Quem vê o desenho, logo de cara, sente certo estranhamento. Além disso, o vidro é um líqüido denso em total sintonia com o meu projeto. Moro no Leblon e ando muito, trago o meu mundo para a minha arte. Não usei fotos como referência para fazer as paisagens do mar - relata Cláudia.