Trajetórias em Processo

Posted on 7/12/2008 by UNITED PHOTO PRESS

A mostra coletiva Trajetórias em Processo, com abertura marcada para o dia 16 de julho na Galeria Anita Schwartz, no Rio de Janeiro, reúne um grupo de artistas emergentes que exploram diferentes linguagens como vídeo, pintura, fotografia, escultura e performance. Participam da exposição Cristina Ribas, Felipe Cohen, Gilberto Mariotti, Marcos Abreu, Romano, Wagner Malta Tavares e Wagner Morales. A curadoria é de Guilherme Bueno.
Trajetórias em Processo inaugura o programa da Galeria Anita Schwartz de acompanhamento da produção de artistas emergentes da cena brasileira recente. Sua proposta, contudo, é alternativa em relação às outras iniciativas desta natureza, uma vez que valoriza sobretudo a consolidação de artistas que já possuem uma poética amadurecida, ultrapassando tanto a idéia da “revelação”, quanto do artista já consagrado. Sua ousadia está em apostar na afirmação de artistas que vem percorrendo o circuito nacional e internacional nestes últimos anos (em mostras como o Rumos Itaú Cultural, o Salão da Bahia, o Projéteis de Arte Contemporânea da Funarte, o Panorama do MAM-SP entre outras) e que se encontram em um momento bastante singular dentro de suas respectivas produções.
“Não se trata, portanto, de falar de revelações ou gerações, mas atentar para as diferentes possibilidades consolidadas na arte brasileira recente, nas quais se testemunha um conjunto de indagações enfrentadas com confiança e positividade”, explica o curador Guilherme Bueno.
Dentro do programa de ações da galeria, a exposição abre uma série que se estenderá regularmente no seu calendário, consistindo tanto de mostras individuais destes mesmos artistas ao longo de 2009, quanto de outras coletivas com objetivos semelhantes.
Artistas e obras - Cristina Ribas (Rio Grande do Sul, 1980. Vive e trabalha no Rio de Janeiro)“Anecóicas” – módulos de concreto e som, nos quais o espectador poderá deitar e ouvir a gravação que a artista fez de percursos nos túneis cariocas.
Conjunto de fotografias sem título - As fotografias são recentes e inéditas. São tomadas de situações urbanas as quais, mesmo às vezes parecendo comuns, sempre têm um caráter inusitado. São um registro de uma outra paisagem urbana que não aquela de cartão postal. Em uma das fotos ("Domesticada" é seu título) fica patente uma fronteira insólita entre paisagem "natural" e "urbana". Em outra ("Com gosto de Zátar"), uma determinada situação testemunhada (um carro serrado ao meio) reproduz-se na própria disposição da imagem.
Felipe Cohen (São Paulo, 1976. Vive e trabalha em São Paulo) - “Meio dia” – série de esculturas que agregam a um só tempo materiais historicamente nobres e outros precários, como granito e papelão.
Série de desenhos da "Série Branca" (lápis dermatográfico e grafite sobre papel), que o artista desenvolve nos últimos anos. Em certos momentos eles são como anotações sucintas que se remetem à paisagem ou aos demais trabalhos que o artista realiza simultaneamente. Operam com um contraste mínimo (branco sobre branco) e com a diferença de espessura entre a camada desenhada e o papel, o que lhe confere uma presença material a um só tempo sutil e evidente.
Vídeos “O sonho de Constantino” e “Órbita”. Os dois têm como um dos motes centrais a relação entre a paisagem e a construção da imagem (já que são elementos naturais como o vento, por exemplo, que acionam as cenas). No primeiro, inspirado em uma pintura renascentista, a linha do horizonte é desenhada por um tecido agitado pelo vento. No segundo, o vento cria uma espiral que agita folhas de papel e outros detritos, reproduzindo o movimento das órbitas planetárias.
Gilberto Mariotti (São Paulo, 1973. Vive e trabalha em São Paulo) - “Sexta feira” – conjunto de desenhos e pinturas. Apesar de serem unidades autônomas, os trabalhos terão uma montagem particular no espaço, fazendo com que as obras dialoguem tanto entre si quanto com a parede que os sustenta ou simplesmente apóia, já que nem todos são pendurados nela. A apresentação da série, portanto, traça diálogos entre pintura e instalação.
As obras foram desenvolvidas a partir das pesquisas e registros fotográficos feitos pelo artista durante o período em que morou em Barcelona. As fotos decompõem as imagens através da inversão das cores (os negativos), a sobreposição de materiais e a intervenção da pintura sobre as imagens.
Tajetórias em Processo em Exposição de 17 de julho a 12 de agosto de 2008, das 10h às 20h, de segunda a sexta, e das 11h às 17h, aos sábados, na Anita Schwartz Galeria de Arte, Rua José Roberto Macedo Soares, 30, Gávea, 22470-100, Rio de Janeiro Telefones: (21) 2274.3873 e 2540.6446. Entrada franca. galeria@anitaschwartz.com.br